
Como a Dependência Digital Afeta a Saúde Mental de Crianças e Adolescentes
- Andre Santos
- 15 de jan.
- 2 min de leitura
O uso excessivo de telas está criando um ciclo de dependência digital que compromete a saúde mental de crianças e adolescentes, alertam especialistas. Smartphones, redes sociais e jogos online estão moldando o comportamento dos jovens de maneira preocupante, gerando impactos emocionais e cognitivos duradouros.
Segundo dados da Common Sense Media, crianças e adolescentes passam, em média, mais de sete horas diárias em frente a telas, um tempo ainda mais elevado em países emergentes. Esse hábito alimenta um ciclo de busca constante por estímulos digitais, impulsionado pela liberação de dopamina, neurotransmissor associado à sensação de prazer.
Telma Abrahão, biomédica e especialista em neurociências e desenvolvimento infantil, explica que o cérebro dos jovens, em fase de crescimento, é especialmente vulnerável a essa sobrecarga. "A exposição contínua a estímulos digitais desregula a produção natural de dopamina, transformando o prazer saudável em comportamento compulsivo. Isso prejudica a motivação, afeta a concentração e contribui para o surgimento de sintomas depressivos", destaca.
O ciclo de recompensa impulsionado por notificações e curtidas nas redes sociais intensifica essa dependência, fazendo com que os jovens busquem estímulos cada vez mais intensos para obter a mesma sensação de satisfação.
Além do prejuízo emocional, a exposição exagerada às telas compromete o desenvolvimento social. "Muitos jovens substituem as interações humanas por consumo digital contínuo, o que dificulta o aprendizado emocional e a criação de laços afetivos, fatores cruciais para a saúde mental", observa Telma.
A ausência de conexão humana de qualidade está associada ao aumento de diagnósticos de ansiedade e depressão. O problema é agravado quando o ambiente familiar não oferece suporte emocional adequado, resultando em padrões de sono irregulares, queda no desempenho escolar e maior agressividade.
A Necessidade de Ação Imediata
"O vício em telas desafia a sociedade a reavaliar o papel da tecnologia na infância e na adolescência. Devemos usá-la como ferramenta para promover o bem-estar, e não como armadilha para o cérebro em desenvolvimento", adverte Telma Abrahão.
A conscientização e o equilíbrio são fundamentais para evitar que os efeitos dessa crise digital se tornem irreversíveis. Promover limites saudáveis e incentivar atividades presenciais são passos essenciais para proteger as gerações futuras e preservar sua saúde mental.
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