
Justiça da Bolívia decreta prisão de Evo Morales após ausência em audiência sobre caso de abuso sexual
- Andre Santos
- 17 de jan.
- 2 min de leitura
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, teve a prisão decretada por um juiz após não comparecer a uma audiência em que responderia a acusações de abuso sexual. Morales é investigado pelo estupro de uma menor de idade ocorrido em 2016.
O caso foi revelado pelo ministro da Justiça, César Siles, aliado do atual presidente Luis Arce, antigo parceiro político de Morales. Em declaração à imprensa, Siles expressou indignação com o que classificou como tentativa de impunidade em crimes graves. "Refiro-me concretamente a uma menina que foi estuprada aos 15, 16 anos", disse. Segundo o ministro, a adolescente deu à luz uma criança, e a certidão de nascimento reconhece Evo Morales Ayma como pai.
As acusações contra Morales ganharam destaque em 2024, quando a promotora Sandra Gutiérrez alegou ter sido afastada de seu cargo após solicitar a prisão do ex-presidente em um caso envolvendo "tráfico de pessoas" e relação com uma menor de idade. Trechos da resolução de prisão divulgados pela mídia indicam que Morales teria mantido um relacionamento com a adolescente em 2016, resultando no nascimento de uma filha.
Em reação ao mandado de prisão, Morales publicou no X (antigo Twitter): "Não me surpreende nem me preocupa. Todos os governos neoliberais, incluindo o atual, me ameaçaram, perseguiram, prenderam e tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!".
Pouco depois, uma juíza de Santa Cruz anulou a ordem de prisão, atendendo a um recurso de seus advogados, após Gutiérrez denunciar ter sido destituída sob ordens do procurador-geral.
Morales governou a Bolívia de 2006 a 2019 e foi o principal articulador da eleição de Luis Arce. No entanto, os dois romperam politicamente, e agora disputam o controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS) e a candidatura à presidência para as eleições de 2025.
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